quarta-feira, 19 de maio de 2010
"Há tempos percebo na torcida do Flamengo uma ala botafoguense. Tal ala está cada vez maior. Só apoia o time quando o placar é favorável. Basta tomar um gol que começam os xingamentos, as vaias, os apupos. Nessa última quarta, no jogo contra a Universidade do Chile, tudo começou aos quatro minutos de jogo.

O jovem Rômulo tentou sair driblando e perdeu a bola. Na próxima vez que tocou na bola, vaias. À quem a torcida acha que está ajudando ao vaiar um dos seus jogadores tão cedo, além do adversário? Será que acham que o Rômulo vai jogar melhor ao ser vaiado, ou não imaginam que podem desestabilizar ainda mais o jogador.

Ninguém é cego. O time jogou mal demais! Os primeiros 30 minutos de jogo foram um horror poucas vezes visto. Nada deu certo e os chilenos fizeram dois gols. Mas vaiar adianta? Não será mais útil e inteligente se colocar atrás do time e mostrar que os 70 mil nas arquibancadas acreditam nos 11 em campo?

Um rapaz ao meu lado vaiava e xingava insanamente o Vagner Love. O mesmo Vagner Love que fez o gol da classificação no Pacaembu, uma semana antes. O mesmo Vagner Love que é, sem dúvida, o melhor jogador do elenco no primeiro semestre de 2010.

O goleiro Bruno é outro exemplo. Sem ele, pode-se dizer, não seríamos hexacampeões brasileiros. Isso é um fato. Assim como os gols do Adriano, do Pet e do Zé Roberto, as defesas do Bruno garantiram a conquista. Não lembram do jogo contra o Santos, ou do jogo contra o Botafogo? Três penaltis batidos e três defendidos. Mas, mesmo assim, após um gol, engraçadinhos nas cadeiras resolvem mandar o Bruno tomar no cu. Pedem Júlio Cesar. Há como ser mais imbecil? Acho que não.

Juan é ainda mais um exemplo. Foi, sem dúvida, o jogador mais acionado no jogo de quarta-feira. Lutou, correu, acertou e errou (errou mais do que acertou). No fim, fez o gol que tornou o sonho da classificação no Chile menos um delírio e mais uma possibilidade. Mesmo assim, não escapa das vaias. Por que tanta insatisfação?

Ao assistir o comportamento da ala botafoguense da torcida, pode-se imaginar que ele é o acúmulo de irritações por uma série de fracassos desse grupo. mas não. Com alterações aqui e ali, esse grupo de jogadores foi tricampeão estadual, campeão da Copa do Brasil e campeão brasileiro, além de ter chegado entre os cinco primeiros colocados no brasileirão nos últimos três anos (3o em 2007, 5o em 2008 e 1o em 2009).
Tais resultados recolocaram o Flamengo no cenário internacional (Libertadores), o que não acontecia desde 2002. Sem contar o fim das lutas contra o rebaixamento. Então, qual seria o motivo de tanta histeria e falta de apoio? Por que só fazer festa e ficar ao lado do time nos momentos de vitória? Para mim, isso é fruto de falta de informação. Parte da torcida vai ao estádio com o que chamo de espírito “Galvão Bueno”, que se define por desconhecer as circunstâncias do jogo, a situação do próprio e time e ignorar totalmente o adversário.
O Universidade do Chile, por exemplo, está invicto na Libertadores e é vice-líder do campeonato chileno. É um bom time que, principalmente, sabe jogar fora de casa. Já havia mostrado isso na primeira fase contra o Flamengo e nas oitavas de final, quando derrotou o Alianza Lima, no Peru.
Ficar irritado com uma má atuação é mais do que compreensível. Mas agravar ainda mais a situação tornando o ambiente de jogo pesado com xingamentos e vaias é burrice. Não ajuda em nada o Flamengo e só dá corda aos criadores de crise que infestam a imprensa arco-íris, incensada desde o hexa e em missão permanente para implodir o time e o clube.

Na quarta, quase briguei com um idiota que teve a pachorra de dizer, com ar indignado: “Paguei ingresso, posso reclamar!” Por favor, meu filho. Ingresso não é imposto de renda. Paga quem quer. Futebol não é teatro, cinema ou show de música em que o espectador tem “direito” a ver algo de boa qualidade. Torcida não é platéia. Torcida é parte do jogo. Ali de cima, ela tem poder de influenciar e alterar os rumos da partida. Não é por causa do gramado ou do vestiário que se dá valor ao mando de campo, mas por causa da força da torcida, principalmente uma torcida como a do Flamengo, gigantesca, criativa e incansável. Por isso, há que se manter a calma e apoiar. Sempre, independente das circunstâncias. Cobranças devem ser feitas após o jogo, no dia a dia do clube, para mostrar ao elenco e diretoria que estamos de olho e que desrespeito com o Flamengo não será aceito. Mas no Macaranã, com a bola rolando, há que se apoiar. "

Bora Mengão Sempre!

1 comentários:

Unknown disse...

e digo mais,
Cobranças devem ser feitas após o jogo, no dia a dia do clube, para mostrar ao elenco e diretoria que estamos de olho e que desrespeito com o Flamengo não será aceito. Mas no Macaranã, com a bola rolando, há que se apoiar.
MORTE AOS MODINHAS.

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